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[Resenha] Teia de Mentiras, de Charlie Donlea


Autor: Charlie Donlea | Editora: Faro Editorial | Páginas: 320 | Gênero: Suspense | Ano: 2025


O tempo está acabando. Será que você consegue descobrir o mistério por trás de um crime antes que seja tarde demais?

Em Teia de Mentiras, nós acompanhamos a trajetória de Ethan Hall, um ex-detetive da Divisão de Investigação Criminal, de Wisconsin, nos Estados Unidos. Ethan desistiu de sua carreira na polícia, voltou para a faculdade e se formou em medicina. Agora, trabalhando em um pronto-socorro, Ethan sente que sua vida finalmente tem um propósito. Mas as coisas estão prestes a mudar, quando ele é convidado a reabrir um caso de desaparecimento, ocorrido em 2015, que nunca foi solucionado.

Um velho amigo, Pete Kramer, pede sua ajuda para colocar um fim à busca da família de Callie Jones, uma jovem de dezessete anos, estrela do vôlei e futura médica. Uma estrela em ascensão e com um futuro perfeito. O pai de Callie, agora governador do Estado, quer reabrir o caso e, enfim, descobrir o que aconteceu com sua filha. Ethan decide aceitar a proposta quando descobre que alguém de seu passado tem informações que trarão respostas sobre o destino de Callie Jones.

Em meio às investigações, Ethan irá esbarrar em um caso que pode ter relação com o desaparecimento de dez anos atrás. Mas, desta vez, o caso ainda está em andamento. O ex-detetive terá a oportunidade de colocar as mãos em uma pista que pode solucionar o caso em tempo de salvar uma vítima. Mas, para isso, Ethan terá que abrir mão do seu passado e confiar nas informações de um assassino.



Faz algum tempo desde a última vez que li um suspense tão envolvente, fluido e perturbador. É difícil descrever a facilidade com que o Charlie Donlea consegue criar histórias surpreendentes e que conquistam a nossa atenção logo nos primeiros capítulos. O autor é um dos meus favoritos e estou sempre pronta para ler suas histórias.

Ethan Hall é um personagem com muita bagagem e gostei de ver que o autor soube explorar isso. Características como o seu histórico como detetive e passado do próprio pai deram vida ao personagem, e fizeram com que eu me sentisse próxima dele. É muito fácil torcer e ter empatia pelo Ethan.

Também gostei que o autor aborda temas pesados e que ainda são vistos com certo preconceito pela sociedade de forma leve, mas bem fundamentada. Você consegue perceber que houve o cuidado de expor determinados assuntos com argumentos válidos e que abrem espaço para reflexão.

Uma das características mais marcantes do autor é sua facilidade em criar uma rede de informações que se interligam de forma inesperada e nos momentos mais improváveis. Em Teia de Mentiras não foi diferente (como o próprio nome do livro já indica).




O livro termina bem amarrado, mas com possibilidades (grandes) de continuação. Se for o caso, seria o primeiro livro do autor que, abertamente, deixa indícios de que haverá uma sequência. O que, no meu ponto de vista, seria incrível! Apesar de os livros do Charlie terem referências de livros anteriores (pequenas passagens para relembrar personagens queridos), seria interessante ver como o autor se sairia em uma série, trilogia ou mesmo uma duologia. Quem sabe, vem aí?!

Gostaria de ter visto mais sobre alguns personagens secundários que fizeram diferença na história. Não vou citá-los para evitar spoilers, mas acredito que, se você ler este livro, também terá essa impressão. Não que isso tenha afetado a história de alguma forma, mas acredito que enriqueceria ainda mais o enredo, nos dando a chance de entender melhor como alguns coisas aconteceram.

No geral, Teia de Mentiras é um livro surpreendente, com temas atuais e que farão o leitor questionar a sua visão da sociedade. É o tipo de leitura para amantes de um bom thriller e suspense psicológico. Apenas recomendo que você se prepare para o que está por vir e seja feliz com essa leitura!

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💜





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Eu assisti a segunda temporada de Wednesday


Wandinha Addams está de volta em uma temporada mais focada em suas aventuras, na amizade e nos membros da família Addams.

Depois do sucesso da primeira temporada, foi impossível não criar expectativas para o que estava por vir. O engraçado é que não me lembro de ter criado grandes teorias enquanto assistia à primeira temporada. Fui absorvendo a história, episódio a episódio, e acabei satisfeita com o que entregaram.

Já a segunda temporada foi diferente. Quando uma história começa tão bem, sinto medo de que queiram forçar mais e mais, deixando o  universo saturado e acabem não sabendo dosar as informações que são apresentadas. Também percebi que a segunda temporada veio "corrigindo" pontas soltas. Situações que não se encaixavam na personalidade da Wandinha foram facilmente descartadas, e o foco foi redirecionado.

Ver a família Addams ganhar mais espaço na história me surpreendeu positivamente. Apesar de a Wandinha, sozinha, ter potencial para levar uma série inteira, a graça dos Addams é tê-los todos reunidos. Uma família excêntrica e que causa arrepios.


Nessa temporada, Wandinha está obcecada em desenvolver plenamente sua habilidade psíquica, principalmente após uma visão, o que torna urgente recuperar os seus dons e impedir que a história se desenrole conforme anunciado por ela.

No meio do caminho, outros ganchos aparecem. Pequenas histórias ganham forma e força para alongar os capítulos. Gostei bastante do suspense por trás de uma nova professora (o que indicava que seguiria o mesmo tema da primeira temporada, mas, felizmente, não foi assim). Fiquei incomodada com a stalker da Wandinha, por achá-la totalmente inconveniente. Em alguns momentos, achei que ela aparecia para quebrar uma cena, mudando o foco do que estava acontecendo. Mas fui aprendendo a gostar da personagem e acabei feliz com o que propuseram para ela.

Os personagens da primeira temporada continuam presentes, com exceção ao Xavier Thorpe. O personagem foi retirado da série após acusações de assédio contra o ator Percy White.

A história permanece com um tom sombrio característico e aprofunda ainda mais sobre a personalidade da Wandinha, revelando a origem de algumas de suas características mais marcantes.

As duas temporadas de Wendesday estão disponível na Netflix.


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Uma pausa para respirar e conversar

Olá!

Como você está?

Eu ando sentindo falta de colocar em algum lugar os meus pensamentos, como se, por ignorá-los, tudo ganhasse uma proporção maior do que de fato é. Você também já se sentiu assim?

Vamos do começo então.

Passei o último ano lutando com a minha saúde mental. É claro que eu já sabia que não estava bem. Nos últimos quatro anos, a minha mente tem oscilado de forma assustadora e incontrolável. Por todo esse tempo, fui ignorando os inúmeros sinais que o meu corpo estava dando. Ignorei o pânico, a apatia, o desânimo e a falta de paciência com tudo e todos. Ignorei até que um episódio me fez perceber o quanto estava afetando as pessoas a minha volta.

Não fechei os olhos para todos esses sinais por preconceito ou medo de procurar ajuda. Apenas não queria investir a energia necessária para dar o primeiro passo e enfrentar a causa de tudo isso. Eu sempre soube o que me levou até esse momento e não tinha a menor pretensão de me livrar da culpa (assim como ainda não tenho).

Mas eu só estava disposta a empurrar os problemas enquanto se restringiam a minha pessoa. Saber que eu estava arrastando outras pessoas para o mar de confusões e irritabilidade me deixou frustrada e cansada o suficiente para tentar mudar.

Desde então, eu venho enfrentando algumas batalhas, onde, na maioria das vezes, acabei perdendo. Viver com depressão e ansiedade é extremamente cansativo. Há dias em que não quero sair do meu quarto e me obrigo a sair e ir trabalhar. Assim como há momentos em que a escolha do trajeto para o trabalho me causa um medo absurdo e me sinto pior por tentar não demonstrar o pânico em público.

Há dias em quero fazer tudo o que deixei parado, tirar a poeira e seguir em frente. Nesses dias, sinto que estou de volta. Eu sinto que posso dar conta da minha mente, que posso controlar as minhas decisões. Eu posso acordar com mais facilidade, posso ir trabalhar com a esperança de ter um dia calmo, tranquilo. Esses dias podem até se estender para uma semana, talvez duas ou três.

Mas, inevitavelmente, o pico de energia se esgota.

Então me vejo novamente com crises de ansiedade, seguida por um período depressivo. Tudo isso enquanto luto para não envolver outras pessoas na mesma bagunça.

É um ciclo que não tem fim.

Mas eu continuo aqui. Continuo insistindo na mudança, em ficar bem, por motivos que são apenas meus.

Não há mal em perder algumas batalhas se você não desistir da guerra. O descanso é necessário para nos dar a força que precisamos para enfrentar o mundo. Hoje, eu tento me sentir grata por conseguir ler algumas páginas, por me alimentar bem, por fazer um bom trabalho. Pequenos momentos de estabilidade em meio a tempestade.


Caminhada no parque


Enquanto escrevia, eu percebi que logo estaremos em setembro, o mês dedicado à prevenção do suicídio, e me faz pensar no fardo que algumas pessoas carregam sem falar com ninguém, sem conseguir conversar ou pedir ajuda.

Nenhuma pessoa é capaz de entender o peso que o outro carrega. O que parece algo superficial para você, pode ser a maior dor que alguém irá carregar na vida. A situação até pode ser parecida, mas ninguém sabe a bagagem que o outro carrega e é isso o que diferencia a forma como reagimos aos obstáculos que a vida apresenta.

Sendo assim, não julgue as batalhas dos outros. Seja gentil e ofereça ajuda para aqueles que precisam. Lembre-os de que não estão sozinhos e que uma simples conversa pode ajudá-los a seguir em frente.

Ainda temos muito o que melhorar, como sociedade, para acolher da forma correta as pessoas que sofrem com transtornos mentais. Mas isso não quer dizer que, como indivíduo, precisamos agir como a sociedade nos impõe.

Seja gentil.

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